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Roberto Acioli de Oliveira

Arquivos

29 de set. de 2010

François Truffaut e Seus Livros

  “Os  livros  são
apenas lixo
. Não têm
 interesse  nenhum”
  (...)
Livros  perturbam  as
pessoas
. Tornam-nas
anti-sociais”


Montag explica a Clarisse por que
os livros devem ser queimados


Manipulação da Comunicação na Família

Montag e Linda são casados, vivem numa sociedade do futuro onde o sexo foi banido e as pessoas vivem tomando pílulas. A vida em comum do casal é banal e sem afeto. À noite na cama, enquanto ela assiste televisão, ele passeia os olhos por estórias em quadrinhos sem diálogos. Os livros também foram banidos, aqueles que forem descobertos escondendo livros serão presos e os livros queimados. Montag é uma dessas pessoas que queima livros. Naquela sociedade, a função dos bombeiros é incendiar livros. Ele tem feito um trabalho tão bom como exímio incendiário que seu superior lhe acena com uma promoção. Da casa para o trabalho, do trabalho para casa, Montag pega o trem todo dia e todo dia parece manter-se alheio ao que acontece a seu redor. Ele nem percebe quando as pessoas acariciam a si mesmas no trem. (Nas imagens acima e abaixo, à esquerda, a multidão de antenas de televisão aparecem na abertura de Fahrenheit 451; abaixo, à direita, Montag trabalhando; a seguir, mais abaixo, trabalho cumprido)




Iluminado pela
televisão, a cena em
que Montag
começa
a ler o seu primeiro
livro é patética





Numa dessas viagens de trem Montag é abordado por Clarisse, sua vizinha. Ela faz parte de um grupo de pessoas que não só esconde livros, mas se entrega ao prazer da leitura – um prazer subversivo naquela sociedade. Numa das missões, Montag ouve seu capitão, que começa a falar sobre os males da leitura quando encontram uma biblioteca gigantesca: sobre os romances, ele disse que “(...) as pessoas que os lêem tornam-se infelizes com as suas vidas. Faz com que elas queiram viver de uma maneira quase impossível”. Com relação à filosofia, o capitão acha que é pior do que os romances: “Pensadores, filósofos, todos dizem exatamente a mesma coisa: ‘eu é que tenho razão, todos os outros são idiotas’”. Lá pelas tantas, a relação entre Montag e Linda parece chegar a um limite quando ele destrata algumas amigas dela (lendo um livro em voz alta). Linda denuncia Montag e ele é levado por seu capitão até o local da próxima queima de livros. Quando chegam ao local e Montag percebe que se trata de sua casa, compreende que foi descoberto. Foge e se junta ao grupo para o qual Clarisse já o havia convidado. Gente que fugiu da cidade controlada pelo Estado policial, as pessoas-livros decoram livros para se tornarem elas próprias os livros que escolheram decorar.

O Cinema e a Imagem das Palavras

“No caso de
Fahrenheit 451
, tratou-
se
com familiaridade uma história fantástica, tornando anormais cenas cotidianas
e banais cenas muito
estranhas”


François
Truffaut (1)


Fahrenheit 451 (1966) é uma adaptação do livro homônimo de Ray Bradbury feita pelo cineasta francês François Truffaut (1932-1984). Trata-se da crítica a uma sociedade controlada pela televisão, um aparelho que já permite ver e ser visto através da tela. Pode-se mesmo dizer que a televisão ali desestimula a leitura. De qualquer forma, a queima de livros e a perseguição de leitores (rebaixados à categoria de criminosos) é uma tarefa de suma importância naquela sociedade. A queima sistemática, banalizada e cotidiana de livros realizada em Fahrenheit 451 arrancaria aplausos de Adolf Hitler, cujo esforço em sua época para banir autores e livros que de alguma forma desqualificavam o Nazismo ainda foi feita num clima de auto-de-fé. Por outro lado, desde o período da Guerra Fria (quando Bradbury escreveu o livro), o controle dos meios de comunicação de massa exercido por grupos limitados ligados ao poder pode tornar desnecessária tal tarefa. O desestímulo à leitura e ao pensamento crítico faria o resto o trabalho sujo.




Truffaut dizia
que Fahrenheit 451 
devia 60% ao livro de
Bradbury e 40% a
ele próprio
(2)



Fahrenheit 451
está entre os filmes dirigidos por François Truffaut em que ele seguiu mais de perto Alfred Hitchcock. Em seu livro de entrevistas com aquele que considerava seu mestre, ao enumerar filmes influenciados pela obra de Hitchcock, é o próprio Truffaut quem incluiu Fahrenheit 451. Aqui o cineasta explora o poder da palavra, enquanto entidade oral e visual. Os personagens do filme, disse ele, são os livros. Na opinião de Annette Insdorf, seriam mais do que isso: num certo sentido os livros são os personagens principais. A subordinação dos diálogos a uma expressão visual em Fahrenheit 451 sugere que palavra escrita seria mais importante que a palavra falada. Embora Truffaut tenha afirmado que o fato de metade do filme ser estritamente visual, a partir deste mesmo filme ele abandonaria o discurso da câmera-caneta de vinte anos antes. Se no começo de sua carreira, Truffaut definiu o cinema como uma forma de expressão antes de tudo visual, numa entrevista em 1970 ele admitiu que durante as filmagens de Fahrenheit 451 o quanto os diálogos eram importantes (3).

O Telespectador Tem Cura



Nessa sociedade do
futuro
,   um  televisor
gigante  é  a  “família”
e  suas  antenas  um
deus  substituto
  (4)




Já nos créditos iniciais Fahrenheit 451 dá o recado, uma série de closes de antenas de televisão até que passamos ao quartel general dos bombeiros, que estão saindo para capturar mais livros e queimá-los. Chegando ao apartamento onde estão escondidos os livros, vemos em que tipo de lugares se possa escondê-los. Posteriormente, veremos que Montag é um dos especialistas que ensina aos bombeiros técnicas para deduzir onde podem ter sido escondidos livros: no lustre, dentro de uma falsa televisão, etc. Ao final da operação o capitão pergunta a Montag o que ele faz no tempo livre. “Nada demais”, responde, “corto a grama”. “E se a lei o proibir?”, pergunta o capitão. “Vejo-a cresce, meu capitão”, responde Montag. O capitão sorri e diz que uma promoção espera por Montag. Esse primeiro diálogo do filme começa de maneira estranha, pois o capitão fala em terceira pessoa (“O Montag talvez vá ouvir boas notícias em um dia ou dois”). Embora o capitão e Montag estivessem um na frente do outro, o primeiro falava como se ele não estivesse. Assim, o sujeito é transformado em objeto ao ser privado de uma pergunta direta (5).



“Calem-se e submetam-se”.
Com belos sorrisos nos lábios, em geral isso é mais ou menos
o que significam a maioria das coisas que apresentadores(as)
de  tv 
informam”  a  vocês





O mesmo tipo de privação é imposto a Montag quando ele chega em casa. Encontra sua esposa, fala com ela, mas Linda está fixada na programação da televisão, cujo volume sonoro sobrepõe-se e cria um ruído na comunicação. Nesta casa, veremos mais a grande tela da televisão do que qualquer outra coisa. Na cama ela toma uma pílula e assiste a programação, enquanto ele folheia um jornal com estórias em quadrinhos sem palavras. O casal Montag e Linda é um típico produto daquela sociedade, onde a forma de comunicação humana mais íntima (o sexo) é evitada porque seria uma demonstração de puro narcisismo. Daí a importância que adquirem as imagens de auto-erotismo no trem que Truffaut inseriu na estória de Bradbury: uma mulher que beija seu reflexo no vidro, outra mulher acaricia a gola de pele de seu casaco. Noutra ocasião, vemos Linda acariciando o corpo antes da chega de Montag. Na cena em que o capitão procura por livros num parque, passa por um homem que está de costas fazendo a brincadeira de simular estar abraçando alguém ao colocar suas próprias mãos nos ombros (o capitão faz questão de repreender a atitude do homem, ainda que sem palavras) – uma cena que Truffaut já tinha mostrado nas telas em seu primeiro longa-metragem, Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959), no contexto de uma brincadeira entre adolescentes na escola (6).





Clarisse e Linda...
Juli
e Christie atuou no
papel das mulheres da
vida de Montag




A única vez que Montag e Linda se beijam é atribuída a transfusão de sangue que ela recebeu após ter ingerido uma dose excessiva de pílulas. Diga-se de passagem, os enfermeiros que a atenderam fizeram questão de que Montag saísse do quarto enquanto eles trabalhavam. Ao terminarem, suas atitudes levam a crer que transaram (o que é proibido) com ela enquanto estava desmaiada. Annette Insdorf nota que temas habituais de Truffaut como amor e solidariedade estão longe desse filme. Toda a problemática entre homem e mulher será deslocada para a relação entre os indivíduos e os livros. Na concepção de Insdorf, a cena em que Montag começa a ler David Copperfield possui o mesmo significado que alguém nos outros filmes tentando dar um beijo; a destruição dos livros pelo fogo corresponderia aos sofrimentos do amor; o processo pelo qual as pessoas-livros memorizam os seus preferidos é o equivalente do amor físico.



“Somos nós
, hoje, que trabalhamos   para   a
felicidade do homem”

O capitão para Montag, enquanto
este queima seus próprios livros




A leitura de David Copperfield por Montag é patética. Iluminado pela luz do tudo de imagem da grande tela de televisão, ele começa uma leitura hesitante, em voz alta e seguindo as linhas com o dedo. Como disse Insdorf, o dedo de Montag segue cada linha um pouco como outros personagens de Truffaut acariciam o perfil ou a perna de uma mulher. As primeiras palavras do livro: “Eu nasci”. Montag aprende que atrás de cada livro há um indivíduo. Clarisse é o catalisador da conversão de Montag em leitor – portanto, em criminoso. A transformação se completa quando ele, já tendo sido denunciado pela esposa, sai numa missão de caça de livros que o leva direto a sua própria casa – Linda estava de saída. Lá chegando, Montag toca fogo no capitão e na cama de casal que dividia com a esposa. (as quatro imagens acima: no início, à esquerda, mais imagens das antenas de televisão da abertura do filme; a seguir, à direita, Linda na cama vendo tv e tomando pílulas; logo abaixo, à direita, passageira do trem beijando seu próprio reflexo)
Livros Não Libertam Totalmente


Como muitos
personagens de Truffaut
, 
 Montag e as pessoas-livros controlam momentaneamente seu mundo, mas no final se revelam impotentes e
solitários

Annette
Insdorf (7)


É conhecido o amor de Truffaut pelos livros, mas isso não quer dizer que ele vá eliminar opiniões em contrário como as do capitão. Na verdade, ressalta Insdorf, os livros farão das pessoas-livros e de Montag seres anti-sociais. Montag já era anti-social, apenas tinha uma atitude mais apática. Ele se torna monomaníaco, obcecado pela leitura e cruel com Linda e suas amigas. A opinião do capitão sobre a filosofia, que segundo ele seria pior do que os romances porque cada filósofo afirma deter a verdade, revela a presunção e a vaidade dos autores e neutraliza a desejável multiplicidade de perspectivas que eles nos oferecem. Como quando ele se refere às autobiografias: “Claro que, quando começaram, era apenas uma vontade de escrever. Depois, após o segundo livro, queriam apenas satisfazer a sua vaidade. Destacar-se no meio da multidão, ser diferente”. A cena final, que Bradbury considerou uma das mais belas da história do cinema, reforça essa ambigüidade porque as pessoas-livros não conversam, apenas recitam seus livros preferidos. A imagem não é suficiente para convencer Insdorf de que se trata de um coletivo de pessoas capaz de agir sobre o “mundo real”. Afinal as pessoas-livros talvez não sejam mais livres do que todas as Lindas que ficaram na cidade. Fahrenheit 451 reforçaria, na seqüência final, uma ambigüidade em relação aos que pretendem opor-se àquele Estado policial.




Em Jules e Jim (1962)
,
Truffaut  chegou  a  mostrar
cenas das fogueiras de livros

feitas   pelos   nazistas




Insdorf continua questionando as pessoas-livros, para ela o indivíduo que se torna O Morro dos Ventos Uivantes, ou Alice no País das Maravilhas, não é menos autômato do que seus parentes que ficaram na cidade vidrados na tela da televisão. Articulando sua crítica à obsessão pelos livros e o estado de carência afetiva dos habitantes da cidade, Insdorf sugere que há um grau de narcisismo equivalente nas pessoas que ficam se acariciando no trem. O tranqüilo lago invernal durante da cena final, afirma ainda Insdorf, dá a impressão de que por baixo está congelado. Como as pessoas-livros, ele existe antes de qualquer coisa por seu potencial de reflexão. Mas o gelo acaba derretendo, o mundo do livro seria menos uma solução do que uma tentativa corajosa e imperfeita de conservar um fragmento de civilização até que cheguemos à renascença da primavera. Insdorf viu uma semelhança entre a seqüência da fuga de Montag para a floresta e aquela de Antoine no final de Os Incompreendidos. Tendo servido como funcionário público, Montag agora servirá ao reino da arte e da liberdade de pensamento. Tendo escolhido memorizar Histórias Extraordinárias (1833-45), de Edgar Allan Poe (1809-1849), ele torça de nome para se tornar, não um homem livre, mas um homem-livro. “Ele é livre, mas menos como ser humano do que como instrumento do texto que escolheu se tornar” (8).

Estado do Bem Estar Policial




“Os livros
não tem nada
a dizer!”


O capitão para Montag,
quando encontram uma
enorme biblioteca



Fahrenheit 4
51 prefigura uma série de filmes que abordam a questão das diversas camuflagens do Estado policial e do controle dos meios de comunicação de massa. Em seu livro, Ray Bradbury seguia a linha de H. G. Wells, o pai dos escritores de ficção científica que partiam de um pressuposto pessimista em relação à tecnologia. Embora muitos cineastas não fizessem filmes de ficção científica, o tema da sociedade que controla os corações e mentes da população é bastante explorado. A Terceira Geração (Die Dritte Generation, 1979) poderia ser citada. Neste filme, Rainer Werner Fassbinder criticava o então movimento terrorista que lutava contra a hegemonia dos Estados Unidos na Europa Ocidental, e na antiga Alemanha Ocidental em particular. De acordo com Fassbinder, o grupo terrorista Baader-Meinhof (após a prisão de seus líderes e mentores) havia se transformado numa máquina do terror pelo terror, o que na prática facilitava o trabalho dos órgãos de segurança do Estado. De fato, a trama do filme é bastante clara em relação à facilidade como esses grupos militantes podiam ser manipulados pelo Estado e pelo sistema capitalista. (imagem acima, na parte da casa que mais aparece no filme, Montag e Linda fazem a única coisa que aparentemente há para fazer: assitem televisão; baixo, à direita, Montag na cama lendo estórias em quadrinhos sem diálogos, a seu lado, Linda assite tv e toma pílulas)



O terror poderia ser

engendrado pelos órgãos
d
e repressão para aumentar
os   controles   através  da
repressão e do pânico





P. J. Lurz é um industrial da área de equipamentos de segurança, vê seus lucros despencarem em função da diminuição da atividade terrorista na então Alemanha Ocidental. Seu plano para não ir a falência desconcertaria os mais desavisados, embora para outras pessoas o plano não tenha nada de ficcional e surrealista. Lurz infiltra gente sua num grupo terrorista e os induz a seqüestrá-lo. Resultado, com a volta do terrorismo, restabelece-se a venda de equipamentos de segurança. Nas palavras do próprio Fassbinder, o terrorismo é uma coisa inventada pelo capitalismo para justificar o aumento da segurança do próprio capitalismo. Se imaginarmos um país qualquer onde a segurança pública seja refém deste estado de coisas, ficaria fácil entender como a disseminação programada do pânico numa sociedade pode render lucros – financeiros, mas também políticos. Ainda bem que este país não existe!



“Minta
, minta que
alguma coisa fica”


Josef Goebbels,
Ministro da Propaganda
de Adolf Hitler





Em Brazil, o Filme (Brazil, direção Terry Gilliam, 1985), uma sociedade é totalmente controlada por um Estado onipresente. A parte ser construído como uma comédia, talvez uma versão leve de 1984 (direção Michael Radford, 1984), seguiu o mesmo padrão de relações humanas vigiadas e um Estado burocrático sufocante. Em 1984, adaptação de livro homônimo do escritor George Orwell, uma sociedade totalitária comanda todos os aspectos da vida e a emoções humanas tornaram-se ilegais. Talvez porque Orwell estivesse escrevendo na década de 40 do século passado, alguns aspectos são bastante familiares. Por exemplo, a cena de tortura com choques elétricos. Não há nada nela que seja estranho àqueles que viveram ou conhecem a vida no Ocidente após a Segunda Guerra Mundial, durante a chamada Guerra Fria. Torturadores que operavam máquinas de eletro-choque poderiam ser encontrados em muitas partes do mundo, falando muitos idiomas. Abordando a questão por outro ponto de vista, O Amor (Szerelem, direção Károly Makk, 1971) acompanha a vida de uma velha senhora cuja sogra esconde dela o fato de que seu filho está preso nos porões de alguma ditadura da antiga Europa Oriental. Quando ele volta sua mão já havia morrido, buscando os laços anteriores à prisão pergunta à esposa se ela ainda se deitaria com ele, se ainda faria sexo com ele. O que em princípio pode parecer uma preocupação banal para um preso político, ganha relevo quando lembramos que é recorrente em muitos filmes de ficção científica sobre Estados Totalitários a questão da interdição das relações afetivas e sexuais.



O Poder atual,
falsamente tolerante
,
na realidade faz do sexo
uma obrigação (porque se tornou u
ma mercadoria).
É  o  alienado  prazer
do  escravo




Constantin Costa-Gavras nos apresenta um Estado policial muito mais factível em filmes como Z (1969) e Estado de Sítio (Etát de Siège, 1972). No primeiro caso, trata-se da sufocante vida política na Grécia; no segundo caso, o contexto é o mundo subversivo da esquerda e da direita no Uruguai (com reflexos no Brasil). O toque surreal em Z vem no texto ao final, quando nos é contado que o governo de então entre outras coisas, como proibir o cabelo grande (e existe uma cena de Fahrenheit 451 onde um cabeludo também é perseguido e têm os cabelos cortados, a cena é transmitida pela televisão enquanto uma locução explica... “Tudo isto para mostrar que aplicar a lei pode ser divertido”), proibiu também que se escrevesse a letra z – que em grego antigo quer dizer “ele está vivo”. No caso de Estado de Sítio, são mostradas cenas em que soldados brasileiros assistem demonstrações de tortura no que parece uma grande sala de aula. Há muito tempo que Costa-Gavras mostra esse tipo de realidade, bem mais próxima de nós. Uma realidade que acaba tornando a hipótese de uma sociedade como a de Fahrenheit 451 bastante factível, a ponto de parecer bizarro supor que aquilo se trata de uma ficção científica!

Notas:

Fassbinder: Anarquista Romântico
Pasolini e o Sexo Como Metáfora do Poder (I)
Religião e Cinema na Itália
Hiroshima Mon Amour (I), (II), (final)
Os Biblioclastas (I), (II), (final)
O Passado Nazista do Cinema de Entretenimento
O Grande Irmão Está Vendo Você
Jacques Tati e Seus Duplos (I), (II), (final)
Isto é Hollywood
Desinformação Já
O Rosto e a Ética na Televisão
Marketing e Ética? (I), (final)

1. INSDORF, Annette. François Truffaut. Le Cinéma est-il Magique? Paris : Éditions Ramsay, 1989. P. 65.
2. DUNCAN, Paul; INGRAM, Robert. François Truffaut. A Filmografia Completa. Köln: Taschen, 2004. P. 85.
3. INSDORF, Annette. Op. Cit., pp. 44, 56, 62.
4. Idem, p. 61.
5. Ibidem, p. 63.
6. Ibidem, p. 64.
7. Ibidem, p. 36.
8. Ibidem, pp. 68-9. 


Postagem em destaque

Herzog, Fassbinder e Seus Heróis Desesperados

 Entre Deuses e Subumanos Pelo menos em seus filmes mais citados, como Sinais de Vida (Lebenszeichen, 1968), T ambém os Anões Começar...

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